sexta-feira, 27 de maio de 2011

Feios porém lindos



As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental". Era um poeta maravilhoso, esse Vinicius de Moraes, mas deixou imortalizada uma frase que jamais sairia da boca de uma mulher. Aos feios, as mulheres dão boas vindas, desde que por trás do olho que não é azul e do corpo que não é atlético haja bom humor, inteligência e sex appeal.
Nunca veremos Brad Pitt e George Clooney namorando feinhas, mas já vimos Julia Roberts casar com Lyle Lovatt, um músico que tinha o rosto decorados com crateras, e a estonteante Sharon Stone desfilar com baixinhos barrigudos até contrair matrimônio com um senhor que mais parece um boneco de cêra. Há quem defenda a idéia de que mulheres casam com qualquer um, desde que tenha poder ou dinheiro. Poucas. Não foi o caso de Julia Roberts nem o de Sharon Stone, ricas e poderosas por si só, e também não é o caso de muitas Lucias, Andreas, Cristinas, Danielas, Fernandas e Jussaras anônimas. Mulheres preferem ser amadas do que invejadas.
Essa história de beleza tem a ver com atração, que tem a ver com "a primeira impressão é a que fica", que tem a ver com inícios de relações. Se a garota for um canhão, as chances de conquistar um deus são quase zero (é uma generalização, toda regra tem exceções). Já se o garoto for feio, porém espirituoso, talentoso e auto-confiante, pode descolar o número do telefone da Marisa Monte. Lembrem-se que ela já namorou o Nando Reis, dos Titãs. Alguma coisa ele tem de lindo.
Mick Jagger é raquítico e branquela. Gerald Thomas é raquítico, branquela e usa óculos. Woody Allen é raquítico, branquela, usa óculos e está quase careca. Apesar desse quadro de horror, sei de muita mulher que não os expulsariam da sua cama. Será que elas nunca ouviram falar em Mel Gibson, Antonio Banderas, Pedro Bial? Elas nunca ouviram falar é que beleza garanta o conteúdo.
Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.


Martha Medeiros

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tarde demais

Ela esperou, esperou... e esperou.
Nada ele fez.
Cansada de tanto esperar, ela tomou atitude: ligou e se declarou.
Nada ele fez.
Pensando nesse sentimento lindo que construíram, ela esperou mais um pouco.
Nada ele fez.
De tanto esperar, o sentimento foi acabando acabando e acabando.
Nada ele fez.
Cansada de esperar, ela aceitou o fim.
Nada ele fez.
Ela foi ficando feliz, muito feliz. Estava bem, o sentimento tinha acabado!
Nada ele fez.
Começou a se amar mais, procurou novos amores, encontrou um novo amor.
Alguma coisa ele fez.
Ficou desolado, desesperado, queria sua amada de volta a qualquer preço. Ligou e pediu que ela voltasse.
E ai...

Nada ela fez.

sábado, 7 de maio de 2011

Martha Medeiros Rainha!!!

uma mordidinha para sentir o gosto
um cheirinho para sentir o perfume
um beijinho rápido, uma ilusãozinha
a quantos basta uma amostra grátis

não consigo molhar os pés apenas
eu megulho e só paro quando me afogo
eu me queimo e só paro quando derreto
eu me jogo e só paro quando me param

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Seja um idiota!



A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:
passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!


Arnaldo Jabor

terça-feira, 3 de maio de 2011

1º carta



Espero que essa carta nunca chegue a você. Escrevo para reunir meus sentimentos em palavras com pretexto de tornar concreto esse emaranhado de emoções que tanto me consome.
Muitas vezes, perdida em meus pensamentos noturnos, fico pensando em nós. Pensando em um passado "nós", afinal ele não existe mais. A tempos ele acabou, mesmo antes do término repentino a mais de um ano. Mas por que ainda estamos tão presos um ao outro? Talvez pela convivência forçada do dia - a - dia, talvez por existir um gostar, mesmo que quase escasso. De qualquer forma, me sinto presa a uma pessoa que em nada me prende. Nessa relação totalmente "amigável", de sorrisos matinais mascarados e brincadeiras ambíguas, vamos vivendo com um conta gota de atitudes. Medimos cada a gesto, cada palavra, cada beijo numa boca desconhecida.

Há um pouco mais de um mês, depois que provoquei a descoberta do indesejável, conversamos sinceramente sobre nossos sentimentos. Declarações de um gostar recíproco foram feitas de forma direta pela primeira vez depois do fim. E foi a primeira vez, que senti realmente que você já não gosta mais de mim. Sim, isso mesmo! Suas palavras me pareceram tão supérfluas, tão automáticas. Por muitas vezes, acostumamos a sentir algo e não percebemos que já acabou. O fim às vezes acontece sem uma razão aparente.

Possuo uma liberdade restrita, uma contradição sem fim. Até um dos dois tomar a iniciativa e mostrar que realmente nos esgotamos, que chegamos ao the end da história, ficamos ligados a um nada.
Evito novos amantes para não magoar um antigo e você fazendo o mesmo, me polpa de um sofrimento intenso (porém rápido!). Te ver com um novo amor me libertaria da angústia eterna de ser sua e, ao mesmo tempo, não ser de ninguém.